terça-feira, 27 de julho de 2010

Aprovado projeto de lei que torna obrigatório teste para detectar deficiência auditiva de bebês

Os especialistas recomendam o exame nos primeiros seis meses de vida. Depois da sanção presidencial, caberá a estados e municípios regulamentar a medida e determinar como os hospitais vão realizar o teste.
De cada mil crianças que nascem no Brasil todos os anos, pelo menos duas apresentam algum tipo de deficiência na audição. Agora, um teste obrigatório vai detectar esses problemas ainda na maternidade.
Só quando Marina completou quatro meses, os pais perceberam que ela não escutava direito. “Ela não se assustava com barulho, não acordava com barulho. E aí comecei a indagar se ela tinha problema auditivo ou não”, contou Pedro Pegolo Filho, pai de Marina.
Marina passou por uma cirurgia, colocou um aparelho e hoje, com um ano e dois meses, ouve tudo.
A Ciência já sabe que os recém-nascidos são capazes de reagir a todos os tipos de som, principalmente os mais fortes. Muitos pais acreditam que aquele susto que o bebê leva com o ruído da buzina de um carro, por exemplo, já é prova suficiente de uma audição perfeita. A descoberta de um problema auditivo nem sempre é tão simples assim.

Um projeto de lei aprovado no Congresso torna obrigatória a triagem auditiva, conhecida como teste da orelhinha, em todos os recém-nascidos. O exame detecta deficiências sutis que não são percebidas no dia a dia.
“Imaginamos que 5% a 10% da população brasileira de recém-nascidos fazem a triagem auditiva durante o ano”, afirmou Doris Lewis, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
Durante o teste, um pequeno fone é colocado no ouvido do bebê. O aparelho emite um som fraco. O ruído "viaja" pela cóclea. Ao detectar o sina, os cílios se movimentam e emitem uma resposta, que é registrada pelo equipamento.
Se houver problemas na audição, os cílios não se mexem e o aparelho nada registra. Pedrinho, com dois dias de vida, fez o teste. “O bebê ficou tranquilo, não se machucou e é uma prevenção também”, disse Adelson Santana Maciel, pai de Pedrinho.
Os especialistas recomendam o exame nos primeiros seis meses de vida. “Hoje, sabemos que a detecção precoce do problema auditivo é fundamental pro melhor prognóstico. Ou seja, pro melhor desenvolvimento dessa criança”, declarou a fonoaudióloga Flávia Ribeiro.
É o que os pais esperam de Marina. “Ela vai participar, vai estudar em escola normal, sem ter necessidade de linguagem de sinais, nada disso”, disse Pedro.

O presidente Lula tem até a semana que vem para sancionar e lei. Depois, caberá a estados e municípios regulamentar a medida e determinar como os hospitais vão realizar o teste nos recém-nascidos.

Fonte:
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/07/aprovado-projeto-de-lei-que-torna-obrigatorio-teste-para-detectar-deficiencia-auditiva-de-bebes.html

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