domingo, 6 de junho de 2010

Curso gratuito para pais de crianças com deficiência auditiva


Pelo oitavo ano consecutivo, o Hospital Samaritano de São Paulo – por meio de Instituto de Conhecimento, Ensino e Pesquisa e do Núcleo do Ouvido Biônico – realizará no dia 29 de maio o Curso para Pais de Crianças com Deficiência Auditiva. O evento será aberto para a comunidade e gratuito.

O Hospital Samaritano é um centro de excelência em implante coclear - o chamado ouvido biônico. A instituição é responsável por aproximadamente 10% dos procedimentos cirúrgicos realizados em todo o Brasil.

“Familiares bem informados possuem melhores condições de escolher um tratamento adequado para o deficiente auditivo”, explica a coordenadora do curso, Maria Cecília Bevilacqua.

Tópicos a serem abordados:

* Deficiência Auditiva: Etiologia e Tratamento.
* Avanços tecnológicos nos dispositivos eletrônicos para tratamento da deficiência auditiva.
* Entendendo o Sistema de Frequência Modulada.
* Implante Coclear Bilateral.
* Habilidades auditivas e de linguagem e estratégias facilitadoras no dia-a-dia da criança e dos familiares.
* Criança deficiente auditiva e os primeiros anos na escola: considerações importantes para pais e professores.

Palestrante internacional: Anne Beiter, PhD – Audiologista Diretora Clínica da Cochlear Ltda, autora de vários capítulos de livros e publicações em revistas especializadas sobre Implante Coclear em crianças e adultos.

Curso para Pais de Crianças Deficientes Auditivas
Data: 29 de maio de 2010
Horário: 8h30 às 16h30
Local: Espaço Russel (Rua Conselheiro Brotero, 1505, 9º Andar, em frente ao Pronto-Socorro Adulto do Hospital Samaritano)
Inscrições e informações: (11) 3821-5871

Gente Eficiente - AJUDE A DIVULGAR:

O Gente Eficiente é um programa do Hospital Israelita Albert Einstein que oferece oportunidades de capacitação, contratação profissional, desenvolvimento pessoal e inclusão social para pessoas com deficiência.

Todos os cursos e treinamentos são gratuitos e realizados pela equipe de profissionais (médicos, enfermeiros e professores da Faculdade de Enfermagem e Escola Técnica Albert Einstein).

Desde 2009, aproximadamente 40 profissionais já foram capacitados em cursos como copeiro hospitalar, atendimento ao cliente e formação no Ensino Médio. Deste total, 60% foram contratados pela Instituição.


O programa de capacitação profissional conta com três frentes de atuação:

* Formação no Ensino Médio, disponível tanto para os profissionais deficientes já atuantes no Einstein quanto para o público externo;
* Cursos profissionalizantes de curta duração, para profissionais que já possuem o ensino médio completo, em diversas áreas;
* Apoio financeiro para cursos técnicos e de graduação para os funcionários Einstein com deficiência.


Para inscrições e informações ligue (11) 2151-7437 ou envie um currículo para o e-mail: genteeficiente@einstein.br

A perda auditiva em crianças

Apesar de invisível e silenciosa, a perda auditiva é uma das deficiências congênitas mais comuns, afetando de 2 a 4 bebês em cada mil. Difícil de se detectar mesmo em crianças mais velhas, muitas vezes é confundida com falta de atenção.

Pode ter origem genética ou resultar de infecção pré-natal, das chamadas infecções TORCH (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e “outras”), que podem atacar um feto em desenvolvimento e prejudicar a audição.

Antes da imunização, a rubéola era a maior ameaça, causando surdez, perda de audição e danos cerebrais. Hoje, o culpado mais comum é o citomegalovírus, uma infecção que pode não causar sintomas numa mulher grávida, mas afetar seu feto em desenvolvimento – especialmente se ela contraí-la no primeiro trimestre. A perda auditiva pelo citomegalovírus pode se desenvolver apenas depois do nascimento da criança.

Bebês prematuros ou aqueles doentes o bastante para precisarem de um tempo na UTI de recém-nascidos, também sofrem riscos de perda auditiva, algumas vezes pela privação de oxigênio, outras por infecções graves e outras por medicamentos.

Os fatores genéticos envolvidos são incrivelmente complexos. A perda auditiva pode fazer parte de mais de 400 síndromes genéticas. Em casos que não envolvem uma síndrome, mais de 100 genes diferentes podem estar implicados.

Os pais nem sempre estão cientes de que o problema tenha existido em outros membros da família e até 95% das crianças com perda auditiva genética nascem com audição normal.

Exame

Assim, como se testa a audição de um recém-nascido?

Existem duas tecnologias diferentes. Em emissões otoacústicas, um minúsculo microfone é inserido no ouvido de recém-nascido adormecido, para medir ecos da cóclea quando esta é estimulada pelo som. Com o exame auditivo automatizado de resposta da haste do cérebro, alguns pequenos eletrodos adesivos são colocados na cabeça do bebê para medir a resposta do cérebro a sons baixos.

O exame é o primeiro passo no chamado plano 1-3-6: examinar os bebês com 1 mês de idade, fazer uma avaliação diagnóstica aos 3 meses em todos os que não passaram, e colocar esses bebês em tratamento aos 6 meses.

Uma pesquisa conduzida na década de 1990 pela Universidade do Colorado, mostrou que as crianças que foram ajudadas aos 6 meses apresentavam um melhor desenvolvimento de fala e linguagem do que aquelas em que o problema foi identificado mais tarde.

A ajuda pode vir em forma de terapia de fala e linguagem, aconselhamento e treinamentos para pais e amplificação, incluindo dispositivos de audição, se necessário.

Crianças que nascem com audição normal e são aprovadas no exame, mas desenvolvem perda auditiva após o nascimento, podem passar despercebidas. Afinal, a audição pode se deteriorar também depois do nascimento – e a causa podem ser fatores genéticos, citomegalovírus ou danos gerados por trauma na cabeça, meningite ou exposição a barulhos muito altos.

A perda auditiva pode se desenvolver em qualquer momento da infância. Sempre que os pais tiverem alguma suspeita a respeito da audição de uma criança, seja a audição seletiva, a fala ou a linguagem, eles realmente precisam verificar a audição da criança.

A partir do texto What to Do When a Newborn Can't Hear, de Perri Klass, publicado pelo The New York Times, em 10/5/2010.